Música, Mulheres e Seriedade!!!

12:47



Engatamos um divertido papo com Falcão (vocalista, centro), Fabiano (baterista, à direita) e Willian (guitarrista, à esquerda), os meninos da banda paulistana Coyotes California, que lançam seu segundo CD para o segundo semestre de 2010. Confira logo mais.


Inspiração do nome do Álbum “Como as mulheres”:

Falcão – Na verdade rola bastante, rola muita porcaria nesse sentido (o título da álbum soa ambíguo). É uma coisa que sai natural, nós brincamos muito entre nós. Eu não gosto muito de homem, eu prefiro as mulheres (risos)

Sobre um possível descaso com a cena independente do país e se a reação do público é satisfatória ou não:

Falcão – O público até nos recebem bem, mas a cena está meio estranha ultimamente. Não é mais como era há alguns anos atrás, cinco ou dez, não sei. Antigamente as pessoas iam mais aos shows, prestigiavam mais. Hoje em dia deu uma enfraquecida, não há um motivo exato, mas acredito que enfraqueceu bastante.

Fabiano – Tem também a questão do pessoal que organiza, as chamadas “panelas”. Sempre existiu, tem em qualquer lugar, hoje está bem difícil. São poucos festivais hoje em dia que possui um patrocinador forte que realmente dá condições para as bandas se apresentarem merecidamente ao público. Então em termos de organização está bem difícil (tocar em festivais).

Willian – Eu acho que está bem difícil alguma oportunidade para as bandas que estão chegando...

Descaso com a banda?

Falcão – Não chega a ser descaso. No nosso caso, por exemplo, não há bandas que se aventuram a fazer esse tipo de som. Não conseguimos nos encaixar com os emos, com os metaleiros, não somos pop, não tem muita gente seguindo a mesma linhagem que seguimos, fazemos um som voltado a bandas dos anos 90; por isso é bem difícil encontrar bandas que sejam parceira para tocarmos que procuram transmitir o mesmo som da banda). Mas é isso, você tem que procurar seu espaço.

Fabiano – O público, sem comentários, o público nos recebe legal. O nosso grande problema é conseguirmos algum contato, estamos com dificuldade para tocar fora de SP, mas estamos procurando marcar alguns shows, até porque agora demos uma parada por conta da gravação (Coyotes. Mas assim que conseguirmos finalizar o CD, vamos tentar fazer um contato, queremos atingir um público maior.

Falcão – Com relação ao público, acredito que algumas pessoas estão aborrecidas com o que está rolando e sente falta de uma parada estilo anos 90, que é o que fazemos. É nesse galera que a gente foca. Bandas que curtiam muito o som dos Peppers, Nirvana, Pearl Jam e até de bandas brasileiras como Planet Hemp, Raimundos, Chico Science.

Preconceito sofrido por bandas que atingem o Mainstream:

Fabiano – Sim, sofrem preconceito porque tem muita galera com a chamada “síndrome do underground”. Nós não pensamos nessa questão de ser ou estar numa condição underground. Nós fazemos o que gostamos.

 Música & Internet:

Falcão – Hoje em dia não tem como você montar uma banda e não usar dela. Internet é uma ferramenta sustentável, essencial. O público que adquiriu nosso conhecimento eu posso dividir em duas partes: aqueles que nos ouviram pela internet e aqueles que nos ouviram tocando em festivais, indicação de amigos, etc. Mas, claro, internet é um campo maior onde possamos atingir várias pessoas.

Fabiano – Eu já enxergo pelos dois lados. Ao mesmo tempo em que internet é beneficente ela acaba atrapalhando o trabalho das bandas que querem fazer uma coisa realmente legal, pessoas que realmente respiram da música. Qualquer um grava voz e violão em sua casa e disponibiliza numa página e ficam “enchendo o saco” (sic), a galera fica saturada de visitar páginas. Numa dessa você acaba ouvindo dez bandas onde duas valem a pena. Não estou criticando, até porque tivemos bandas “zueiras”. De certa forma isso acaba atrapalhando se você quer fazer uma coisa séria, voltada para música, porque a galera vai subjugar seu trabalho baseado nesse assédio em torno de “visita minha página”.

Opinião  Fabiano “A galera menospreza o que houve pelo fácil acesso de hoje. Se você quisesse ouvir um funk rock, por exemplo, você tinha que procurar em lojas específicas, Galeria (do Rock), era muito valorizado. Hoje as pessoas ouvem música, mas não procuram buscar a sua essência.

Agradecimentos:

Andreadz, Markone e Fame (que estão ajudando no encarte do novo álbum), Fernando, Seu Claudio,  Caio, Paulo Brancaccio e todos os membros na comunidade do Orkut.

Aonde ouvir:


Contatos pra show:

(11) 9877.4761 (Flavio)
contato@coyotescalifornia.com

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4 comentários

  1. essa entrevista ficou otima!!!! dou total apoio a esses caras, pq fazem um som do caralho! go Coyotes!!!!

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  2. Foi ótima entrevista! Queremos agradecer aos meninos pela oportunidade e pela seriedade que levaram as perguntas =]

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  3. Eu achei a entrevista muito boa mesmo. Os rapazes foram sinceros e disseram o pensam, eles são caras muito determinados por fazerem a música que fazem por amor a ela, e não se vendem para a indústria gananciosa da música.

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  4. Nossa ficou ótimo!!!! Coyotes California é muito bom! Os meninos são muito talentosos. A entrevista ficou maravilhosa!!!

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