Riverdies, traduzindo honestidade e sinceridade

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Por Ingrid Natalie (@ingridnatalie)

Uma banda carioca com um som de Seatle, com um toque californiano e com influências que variam do jazz, bossa nova até ao rock progressivo. Dessa mistura toda surgiu em 2000 à banda Riverdies composta por Leo Graterol e Fil Buc nas guitarras, Alex Melch nos vocais, o último a chegar o baterista Vic Vön Draxeler, e o baixista Gui Farizeli com quem batemos um papo muito interessante.

Gui nos conta que o nome da banda surgiu após uma busca por um nome original que soasse bem para os membros da banda e que não fosse muito complicado de pronunciar “ O Fil sugeriu essa junção de palavras que tirou da seguinte frase: "When the last river dies, man may finally realize he can not drink his money and survive." Gostamos da sonoridade, além de trazer esse aviso alarmante que nos lembra de cuidar do que é realmente essencial para nossa existência.”

Depois de um tempo exclusivo de criação dos primeiros materiais, eles lançaram em 2007 o 1º single com os sons “These Words”, “Mileage” e “Still Remains” que muito rapidamente ficaram no top list do site soundclick.com aonde várias músicas são disponibilizadas para download gratuitamente. Em seguida a banda dedicou vários anos para o cenário independente do Rio de Janeiro e paralelamente compôs músicas suficientes para dois álbuns.

Em todas as músicas são feitas com muito perfeccionismo e carinho, as letras são em inglês e Gui nos explica o porquê da escolha do idioma e o processo de composição:

 “Por conta das nossas influências musicais e experiências de vida, as nossas composições nascem naturalmente em inglês e a sonoridade do idioma também é muito apropriada para o tipo de som que fazemos. Além disso, ter nossas letras num idioma universal faz com que o trabalho atinja o maior número possível de pessoas. Com relação ao processo de composição das músicas de uma forma geral, temos três ou quatro compositores dentro da banda e material sendo sempre produzido em profusão. Quando entramos em estúdio para tocar uma música nova, trabalhamos no sentido de fazer com que a canção atinja seu potencial máximo, mas não existe uma fórmula única. Às vezes, um de nós escreve uma canção, grava uma versão com voz e violão bem simples e a partir daí começamos o trabalho, outras vezes a música surge no meio de alguma jam session ou até mesmo a partir de um simples riff de guitarra.”

O ano de 2009 definitivamente foi de ouro para a banda que, juntamente com o produtor e empresário Eden (fundador da VHM produções), lançou seu segundo disco intitulado “Down Hard” com uma resposta impressionante do público tendo as 1000 cópias gravadas vendidas em apenas três meses, um fato que nem mesmo a banda esperava. Houve inclusive convites pra participar de festivais na Europa e Estados Unidos, “Torcíamos pelo sucesso do álbum, mas realmente não imaginávamos que seria tão legal. Logo após o lançamento do EP, que ocorreu em dezembro de 2009, fomos convidados para tocar no maior festival independente do sul do Brasil, o Universo Pop; além de outros nos EUA e Europa. A tiragem inicial de 1.000 cópias se esgotou em três meses com a venda exclusiva em nossos shows, o que entendemos ser uma marca bem relevante para uma banda independente.”  

Recentemente foram a São Paulo receber o troféu GRC Quality Music como banda revelação na Assembléia Legislativa e se apresentaram em uma das mais famosas casas rock da capital paulista, o Café Aurora. Gui nos conta o sentimento da banda  ao receber o prêmio“Foi muito significativo para nós receber um prêmio de âmbito nacional que reconhece diretamente a qualidade do nosso trabalho. Foi o segundo prêmio menos de um ano depois do lançamento do nosso segundo EP, Down Yard (o primeiro lançamento foi o EP Black Days, de 2007).”

Quem pensa que Riverdies está em descanso muito enganado, o baixista também nos revela dos planos futuros da banda “Planejamos o lançamento de um álbum com 12 músicas inéditas que ainda não tem nome, mas que sairá nesse 2° semestre de 2010 (disponibilizamos previews de quatro músicas que estarão nesse disco no nosso myspace) e uma pequena turnê pelos EUA e pelo Reino Unido em 2011. Mas queremos tocar muito aqui no Brasil, pois achamos importante mostrar nossa música para nosso povo. Também planejamos o lançamento de um DVD ao vivo, porque gostamos muito da idéia de captar a essência do que somos no palco, explosivos, intensos, insanos. Depois disso tudo, queremos começar as gravações de um novo disco, que será como uma continuação deste que eu citei anteriormente.”

Para quem está iniciando uma banda independente e deseja alcançar grandes feitos Gui explica que para Riverdies o segredo é ser honesto consigo mesmo e com seu trabalho “Já recusamos um contrato com uma grande gravadora porque nos recusamos a mudar nossas letras para português. Portanto, honestidade e sinceridade são tudo. Seriedade com o trabalho e profissionalismo também são fundamentais, embora isso tudo possa parecer meio clichê, hehe.”

Agradecimentos:

Agradecemos muito aos nossos fãs que caminham com a gente, lado a lado, ao longo dos anos. Eles têm nos dado força, suporte e muita vontade de seguir em frente. E a vocês meninas do Female Rock Squad, pelo convite! Parabéns pelo trabalho que é sensacional!”

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1 comentários

  1. "Já recusamos um contrato com uma grande gravadora porque nos recusamos a mudar nossas letras para português. Portanto, honestidade e sinceridade são tudo. Seriedade com o trabalho e profissionalismo também são fundamentais, embora isso tudo possa parecer meio clichê, hehe.”

    Falou tudo! Não tem coisa pior do que ficar "tesourando" o estilo ou a música de uma banda só para adaptá-la ao gosto dessas grandes gravadoras!

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