Finson Gallar e o denominado "Zé do campo e do violão" que procuraconquistar diversos campos da cidade grande e tecnológica

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Por Helena Lucas

Finson Gallar FEMALE ROCK SQUAD

Finson Gallar mostrando o seu perfil e conceito de música para gente
Foto: divulgação

Uma apaixonante mensagem deixada na minha caixa de entrada no Myspace fez com que eu procurasse saber um pouco mais do meu remetente simpático. Myspace, outrora o maior espaço musical da internet, se transformou em mais uma mercadoria que cospe novidades da relevância capitalista e zero de qualidade e local onde gringos convidam brasileiras para acompanha-los a sua estadia no nosso país (quem diria, Myspace contribuindo para esse “meio” de turismo...). No meio de tanto barulho desarmonico, encontro um carismatico garoto que me convida a conhecer o trabalho dele.
Finson Gallar é seu nome. Ele não é apenas mais um artista conectado a qualquer comunidade musical do mundo, ele tem um propósito firme e decidido para tocar as pessoas com o seu trabalho movido no casamento violão/voz. Menino simplista, de bom coração, virtuosidade e de esperteza xadrezista, ele nos conduz a uma entrevista onde sua influência, suas composições e suas reflexões sobre a cena underground são colocados de um modo bem coerente e sincero. Confiram logo abaixo:


FRS: Como foi o começo de tudo: influências que determinaram o start das suas composições, o primeiro trabalho, a primeira apresentação...

Finson Gallar: Minhas influências principais desde o começo foram bandas britânicas de rock, sempre achei elas menos 'podadas' e modeladas pro mainstream e depois fui crescendo e tendo influências de gente fora e dentro da música. Acho que influência pra qualquer coisa é aquilo que te faz pensar positivo quando olha, seja atleta, musico piloto. E na música, o lado espiritual, os músicos com uma base pessoal firme do chão me fazem muito bem ao ouvir e compartilhar idéias juntos com eles, amigos ou não. Minha primeira música pra valer, que rolou no myspace, foi “Good Memories”, que tinha violão, sanfona infantil e voz, e foi parar na Austrália na radio “Triple J” de forma misteriosa (risos). Meu primeiro show foi num festival Independente da minha cidade natal (o músico é natural de Taubaté, 130km da capital São Paulo) chamado “Zero Zero”. Dividi palco com uma banda gringa cheio de drogados e meu som falhou várias vezes, daí arranquei o cabo e fiquei cantando normal mesmo porque tava mais fácil, depois me arrependi disso porque fiquei rouco por 4 dias (risos).

FRS: Quais são os prós e os contras de seguir uma carreira solo?

FG: Tá, vamos lá haha. A balança da criatividade pesa pro lado bom completamente. Tenho liberdade de fazer o que eu quiser e como eu quiser. Os contras é que infelizmente nosso país tem a cultura de que quem canta solo, voz e violão/piano/teclado é artista de barzinho (risos) e isso é frustrante, então a batalha pra se respeitado é imensamente mais difícil, o que é triste. Vejo tanto cara muito bom por aqui que é artista acústico e acaba se perdendo pro caminho de tocar em bares por 4 horas pra ganhar dinheiro só da gasolina pra voltar pra casa.

FRS: Como você se organiza para a divulgação do seu trabalho na web?

FG: Divulgar trabalho na web é legal, é divertido receber mensagens e comentários da galera do país todo, me dá brilho nos olhos ver opinião de um cara do hardcore de SP e o mesmo tipo de comentário de uma mulher que houve forró lá em Sergipe, mostra que muita gente aceita música e gosta de gêneros diferentes e demonstra isso de uma maneira bem legal, e desinibida. Na internet as pessoas elogiam mais a vontade por só precisar escrever e apertar Enter. Mas é uma coisa que pode te iludir se tiver cabeça fraca, muita gente se acha super estrela por ter milhões de seguidores, fãs no myspace, mas quem vai pagar suas contas ou te mostrar respeito nunca vai ser pela internet, mas sim no “mundo real”. Tem seus pontos negativos e positivos, como tudo na vida.



 "O que mais me inspira é o mundo ao redor, natureza, energias e energias que circulam todos nós, tenho a opinião muito forte de que se cantamos o bem, teremos o bem e isso é o que mais faço e sou uma das milhões de provas disso"
 Foto: Renato Frade



FRS: Qual é o Sobre a escolha de cenário dos clipes?

FG: Para todos os meus vídeos eu tento representar bem o que eu passo nas minhas músicas, energia positiva, lugares calmos. É mais orgânico e sincero e combina legal com as letras que escrevo. E eu sou meio “Zé” (risos) adoro lugares com sol se pondo, campos e coisas do tipo.

FRS: Existe algum requisito para que suas composições sejam em inglês?
FG: Inglês não é meu idioma nativo, mas falei sempre desde muito pequeno, amigos de fora e as bandas que ouço são em 99,7% estrangeiras. Por desde pequeno ser assim eu acabei não tendo afinidade qualquer com musica brasileira e língua portuguesa pra me expressar, me sinto muito bem e feliz fazendo música da maneira que faço!

FRS: Quero saber sobre suas letras: o que te inspira, o que você quer transmitir...

FG: Amo o que eu faço, e sou meio da lua...Zen... nas músicas eu sou um pouco menos calmo, mais animado pra contagiar a pessoa, tentar passar a mesma felicidade que tenho em cantar, pra ela em ouvir. O que mais me inspira é o mundo ao redor, natureza, energias e energias que circulam todos nós, tenho a opinião muito forte de que se cantamos o bem, teremos o bem e isso é o que mais faço e sou uma das milhões de provas disso.

FRS: Fale para nós sobre os seus prêmios, andei pesquisando por aí e vi que você já tem alguns...

FG: Não que sejam muitos (risos), mas vou esquecer vários, certeza! Mas bom, dos mais recentes eu fui escolhido como revelação de 2010 pela “New Music Matters” com a Gills Mills, ela é a apresentadora da Radio BBC, super prestigiada, organizadora do Glastonburry Festival. Isso me deixou bastante feliz. Antes disso que eu lembro (risos) rolou concurso da “Motorola Rockr Star” ao redor do mundo e fui semi finalista, fui semi-finalista do “Astros” no (canal televisivo) SBT e, por votação pública, chamado por 4 vezes pra tocar nos palcos alternativos da Warped Tour, que eu nao pude ir porque era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo na minha vida e acabou não rolando.

FRS: Você acredita que se tratando de shows onlines existe uma dificuldade, se há rendimento, ou certa comodidade?

FG: Olha, shows online eu acho que são legais pra promover um trabalho que seguem em conjunto com material físico e shows de verdade. Se não for isso, acaba sendo só pra lazer mesmo; não acho que o mundo virtual tenha grande retorno no mundo real quanto à isso, sinceramente. A pessoa que é acomodada e te ouve na internet, no geral menos de 10% vai te trazer retorno real indo a algum show seu, mas em compensação essa pessoa 'acomodada' gera mais 10 amigos pra te ouvirem e um dela ir a um show seu algum dia. É uma estatística estranha, mas trabalhando com isso na minha profissão sou muito realista e entendo qu,e por exemplo, eu mesmo só vou me dar bem de vez na música quando tiver tempo pra cuidar da minha própria carreira e não da dos outros (risos).

FRS: Há alguma pergunta que você gostaria de responder (risos)? Sinta-se à vontade para responder mesmo assim, fazer agradecimentos e alguns “p.s.”.

FG: "O que você acha da cena musical brasileira?" hahaha

R: Acho que tem pouco amor, falta maturidade pras pessoas que formam bandas hoje em dia, falta MUITA maturidade. Música é estudar, estudar, tocar. Exaustivamente, é preciso muito amor pelo que faz pra ter resultados legais, o mal de banda é isso, difícil são elas que tem mais de um cara engajado, gostaria de ver mais união entre bandas e artistas e menos picuinha e comportamento infantil que não levam ninguém pra frente. União faz a força e desunião é ignorância, se essa história mudasse por aqui seria bem legal ver os resultados de tudo isso.

Vocês podem encontrar o trabalho de Finson Gallar nas seguintes redes sociais:

@FinsonGallar

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