Festival We Love Green - Paris

07:41

Por / By: Laura Bitarelli Reboulet
Fotos / Photos: Elqui Reboulet
Tradução e revisão / Translation and revision: Natália da Trindade e Laura Firmiano

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No final de semana de 14 a 16 de setembro aconteceu o festival ecológico “We Love Green” no belo parque de Bagatelle no meio do gigantesco Bois de Boulogne, que fica no sul de Paris. A floresta, as flores e as pequenas hortas dão um ar intimista e muito agradável ao local.

Situado a quinze minutos a pé da estação de metrô mais próxima, o acesso era um pouco difícil. O festival, no entanto, colocou pequenos ônibus a disposição dos participantes e, para demonstrar sua preocupação ecológica, havia até mesmo uma garagem gratuita para bicicletas, para limitar o uso de carros. Os artistas e a equipe só se locomoveram em carros elétricos.

Por sorte os dias foram ensolarados neste final de verão europeu, apesar do tempo cinzento do primeiro dia. O parque era uma antiga propriedade para recepções elegantes no século XVIII, e é ideal para um evento que se designa como “o primeiro festival eco responsável”.  A abertura começou bastante tranquila, com uma frequência razoável. A maioria das pessoas chegou para o show da Norah Jonas às 21h. Ela entrou no palco usando um vestido verde, em homenagem ao festival e, com uma naturalidade impressionante, misturou diferentes fases de seu repertório musical, nos oferecendo um espetáculo com ritmos serenos e envolventes. O jovem prodígio James Black encerrou com bastante animação esta primeira noite. Apesar de suas músicas eletrônicas serem um pouco longas, ele extasiou o publico conhecedor das suas melodias que ressoavam em todo o palco. O efeito é impressionante para quem gosta de música eletrônica e das vibrações que ela nos faz sentir.

Por ser um festival eco responsável, 100% da energia do palco era solar, a equipe do festival circulava apenas em veículos elétricos, os stands eram feitos com materiais reciclados e as lixeiras eram separadas para coleta seletiva. Várias fontes de água potável foram espalhadas pelo terreno com copos plásticos onde todos podiam se servir. Sem contar que todos os stands de alimentação eram de produtos naturais, nada de hamburguer e batata frita, mas sim “green snackings”, com produtos orgânicos como tomates, sopas, chás, sanduíches naturais e até mel vindo diretamente de uma colméia foram servidos ao público! Vários stands eram em forma de “tipis” dos índios da América do Norte.

O público se constituía de “bobos” (bourgeois bohèmes, termo que designa os bichos grilos franceses), estudantes e famílias. Sim, havia muitas crianças, (a entrada até os 12 anos era gratuita). O festival oferecia inclusive protetores de ouvidos aos pequenos, assim os pais mais receosos em expor seus filhos ao barulho dos shows podiam aproveitar sem receio. A maioria ficava sentada na grama, em frente ao palco esperando pelo início dos shows. Os primeiros shows do segundo dia começaram tranquilamente e a multidão se formou no momento que Camille entrou em cena. Ela ofereceu um verdadeiro espetáculo de 1h30, brincando e interagindo bastante com o seu público. Ela dançou, pulou, cantou, fez sons estranhos com sua boca e suas mãos. Sua prestação cênica foi genial e nada convencional. Seu grupo é formado por uma violinista, um guitarrista e pianista e um baixista, e todos participavam intensamente das loucuras no palco e das brincadeiras com o público que, aliás, era bastante receptivo! Camille é uma artista feita para os shows ao vivo. Depois veio o grupo Beirut que cantou os maiores sucessos da banda. É facil notar o quanto o vocalista do Beirut, Zack Condon, é tímido e se sente desconfortável diante do público. Mas isso importa pouco e até dá um charme a este artista. Os sons do acordeom, dos trompetes, dos ukuleles e das mini guitarras encantaram o público. A noite terminou com um grupo de espírito punk rock, Klaxons. A noite já havia caído e o ar fresco do outono acabou espantando muitas pessoas mais cedo que o esperado. Isso, no entanto não desanimou o grupo que com energia fez vibrar o festival até então bastante calmo.

Entre as muitas atrações que o festival oferecia, havia um parque para crianças com gangorras, trampolim, além de vários ateliês. Os pais podiam deixar seus filhos fazendo máscaras com folhas, moinhos de ventos reciclados, e os pequenos podiam aprender também a plantar sementes e a não desperdiçar a água. Assim os pais podiam desfrutar tranquilamente dos shows enquanto seus filhos aprendiam a ter maior consciência ecológica.  Mas os ateliês e as atividades não eram apenas para crianças, os adultos tiveram direito ao ateliê de tricô, de reciclagem, a aulas de yoga e você ainda podia pagar para ter uma coroa de flores feita a mão.
No terceiro dia, um imprevisto pode ter decepcionado muitos fãs. Charlotte Gainsbourg & Connan Mockasin cancelaram o show que eles fariam por motivos de doença na família de Connan. Mas eles foram muito bem substituídos pelo grupo C2C. O último a se apresentar foi talvez o artista mais esperado do festival, Breakbot, autor de “Baby I’m Yours”, uma multidão se reuniu para ouvi-lo.

O festival terminou com uma boa atmosfera, sem brigas ou tumultos. Para todos que curtem o planeta Terra assim como uma boa música, We Love Green é o festival ideal.





Norah Jones

James Blake

Django Django

Camille

Beirut

Breakbot

"desenha uma ovelha verde pra mim" / "draw me a green sheep"








 




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E N G L I S H

Over the weekend from the 14th to the 16th September was held the Eco Festival “We Love Green”, at the beautiful park of Bagatelle in the middle of the huge Bois de Boulogne, in the south of Paris. The forest, the flowers and the small gardens give an intimate and very pleasurable feeling to the local.
Situated 15min on foot from the nearest metro station, the access was a bit difficult. However, the festival offered small buses to the public and, to demonstrate its ecological concern, there was even a free bike parking, to narrow the use of cars. The artists and their crew used only electric cars.

Fortunately, the days were bright at this end of European summer, despite the grey sky on the first day. The park was an old space used for elegant receptions in the 18th century, and it’s perfect for an event said to be “the first ecological concerned festival”. The opening was very calm, with a reasonable public. Most of people arrived for the concert of Norah Jones, at 9 p.m. She mixed different phases from her repertory and offered us a presentation full of serene and engaging rhythms. The young prodigy James Black ended the first night with great vivacity. Although his electronic songs are a bit long, he took away his audience in songs that resonated through the stage. It’s an impressive effect on those who appreciate electronic music and the vibrations it makes us feel.

As an eco friendly festival, 100% of the energy for the stage was solar, the crew circulated only in electric vehicles, the stands were made of recycled materials and there were waste sorting bins. Various sources of drinking water were scattered over the park, with plastic cups to self-serve. Also, all the food stands had healthy food, no burgers and fries, but “green snackings”, made of organic products as tomatoes, soups, teas, natural sandwiches, and even honey straight from a beehive was served to the public! Many stands had the form of a North American Indian tepee.

The audience was constituted of “bobos” (bourgeois bohèmes, term that designates the French hippies), students and families. Yes, there were a lot of kids (the entrance was free for those under 12 years). The festival also offered ear protection to the children, so the more cautious parents could enjoy the shows unworried. Most of people were sat on the grass, in front of the stage, waiting for the beginning of the shows. The firsts presentations of the second day started smoothly and the crowd formed itself when Camille went to the stage. She performed a real spectacle during an hour and a half, playing and interacting a lot with her public. She danced, jumped, made strange sounds with her mouth and hands. Her performing was amazing and nothing conventional. Her band is formed by a violinist, a guitarist and pianist, and a bassist; all of them took part in the craziness on the stage and the jokes that, by the way, the public received very well! Camille is an artist made for live concerts. Later on, the band Beirut played its biggest success. It’s easy to see Zack Condon , the vocal, shyness and his uncomfortable feeling facing a crowd. But it doesn’t matter and even gives him a certain charm. The sound of the accordion, the trumpets, the ukuleles and the mini guitars delighted the public. The night ended with a punk rock band, the Klaxons. It was already dark and the fresh autumn air made many to leave earlier than expected. But it didn’t affect the band, which energetically gave a faster beat to the festival.

Among the many attractions offered, there was a playground area for the kids, with seesaws, trampolines and several workshops. The parents could leave their children making masks with leaves, recycled windmills; the kids could also learn to plant seeds and how to not waste water. Thus the parents could freely enjoy the shows while their children learned about ecological conscience. Workshops and activities were also available to the adults, like a knitting workshop, recycling, yoga classes and you could even buy a handmade crown of flowers.

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