Tudo pronto para show da banda Delain. Foto: Arthur Henrique

Texto e fotos: Arthur Henrique

Edição: Ingrid Natalie

O show da banda Delain, que ocorreu nesta quarta-feira, 24/03, no Inferno Club, na movimentada rua Augusta em São Paulo foi marcado por atrasos e muitas reclamações. A abertura das portas do Inferno, previsto para ocorrer as 19 horas, foi ocorrer somente por volta das 21, horário previsto para o show começar. Muitas pessoas na fila começaram a reclamar da demora e da produtora Dark Dimensions, que parece estar aprontando com atrasos em shows e certos problemas na compra e entrega dos ingressos desde sua existência.

Fomos saber do real motivo do atraso horas depois do show: a produtora e a casa ainda estavam arrumando o camarote improvisado dentro do Inferno. Vale lembrar que o show fora trocado do Carioca Club para o Inferno "por motivo de forças maiores". Então os fãs que já haviam comprado o ingresso para o camarote, logicamente, iriam querer um camarote na pequena casa da rua Augusta. Quem comprasse também este ingresso de camarote teria o direito ao Meet & Greet com a banda antes do show. Tal evento também atrasou.

Já era perto das 22 horas quando as últimas pessoas para o show adentraram o Club. Casa parcialmente pela metade. Não se esperava muito público em plena quarta-feira, no show de uma banda não muito conhecida no Brasil. O camarote improvisado? Um horror, um horror! Do ladinho da plateia, uns sofazinhos da própria casa e um cercadinho xinfrim.

Momentos depois a banda holandesa entra em cena, pela segunda vez no Brasil, no também pequeno palco, ao som de Mother Machine. Os fãs, como era de se esperar, gritavam e bangueavam quando Charlotte, a vocalista, entra cantando os versos, levando muitos aos gritos.

Não houve algo muito especial durante o show, mas a banda interagia bastante com os fãs durante e nos intervalos das músicas. Charlotte sempre muito simpática e sorridente, mostrando o poder de uma fronwoman no metal. Otto, baixista, dividia um backing vocal ou outro com o guitarrista, Timo. Martjin ficou de plano de fundo, apenas bangueando e tocando em seus teclados. E escondidinho atrás da bateria havia Sander, arrebentando no pequeno espaço que lhe sobrou.

Houve um momento em que os fãs puxaram em coro um "Charlotte, gostosa!". A princípio a vocalista não entendeu, logicamente, mas depois de ser informada por um fã na plateia sobre o significado soltou um sorriso tímido, brincou com um "Ooohhh..." numa entonação de "seus safadinhos" e agradeceu, levando na brincadeira e com muita simpatia.

Na penúltima música podemos ouvir em uníssono os fãs cantarolando, em alto em bom som enquanto pulavam, a letra inteira de "The Gathering". Fecharam com o hit "We Are The Others", com muitos da platéia levantando uma plaquinha com os mesmos dizeres. A música fala, em geral, sobre o ocorrido com Sophie Lancaster, morta na Inglaterra por estar trajada em roupas do estilo gótico, e da intolerância a diferenças. No videoclipe dessa música aparecem várias personalidades e pessoas comuns segurando essa plaquinha. Bonito gesto dos fãs.

O saldo negativo fica por conta da péssima qualidade de som na casa, apesar de ter sido um bom show, o número pequeno de plateia, os atrasos, a falta de informação e organização quanto a atrasos e aos ingressos comprados via internet e outras peripécias da produtora.

A banda Delain fez muito bem sua parte, entrou e embalou os fãs. Muitos fãs sentiram falta de uma baladinha no meio do show, o momento corta-pulsos. Pudemos ver o set list posteriormente no palco, no qual uma dessas baladinhas, See Me In Shadow, havia sido riscada, provavelmente por conta do atraso da abertura da casa. Outras músicas foram cortadas ou substituídas na hora, mas o que a banda tocou você confere abaixo:

Mother Machine

Stay Forever

Go Away

Milk and Honey

Virtue and Vice

Electricity

Pristine

Invidia

Sever

Get the Devil Out of Me

April Rain

Sleepwalkers Dream

Not Enough

Encore:

Control the Storm

Babylon

The Gathering

We Are the Others