Por: Ingrid Natalie (@ingridnatalie)

Se eu disser o nome de Edward Louis Severson III,  provavelmente não te fará lembrar de ninguém. Mas, e se eu contar que esse nome refere-se a uma das vozes mais singulares do rock'n'roll e que ele é um dos grandes representantes do grunge dos anos 90? Ajuda? Bom, vamos parar de mistério. O dono deste nome, quase de realeza, pertence a Eddie Vedder. O frontman do Pearl Jam fez shows na capital paulista nos dias 6,7 e 8 de Maio.

Eddie Vedder nasceu em 23/12/1964 na cidade de Evanston, Illinois. Sua carreira de sucesso no Pearl Jam é incontestável, no entanto, seu trabalho solo rendeu muitos elogios e prêmios. Em 2007 ele gravou o álbum "Into The Wild", que serviu de trilha sonora o filme "A Natureza Selvagem" e em 2011 seu trabalho solo mais recente "Ukulele Songs". Vamos agora ao que interessa, o show!

Atmosfera absurdamente agradável no Citibank Hall nesta última quinta-feira, 08/05, todo o público estava acomodado confortavelmente nas cadeiras. O tapete em formato circular com os instrumentos em volta  e a fogueira cenográfica conferia um ar ainda mais intimista. Não dá pra deixar de dizer que foi diferente ver Eddie Vedder desplugado e sem estar acompanhado por seus parceiros de Pearl Jam. Mas, é preciso ressaltar que ele realmente é uma atração a parte. Muito versátil e virtuoso nos instrumentos que ele usou (violão, gaita, ukulele e pads de bateria).

A apresentação começou ás 21:50. O início do repertório baseou-se no quinteto grunge com as músicas "Long Road", "Sometimes" e "Can't Keep", esta última em particular funcionou muito bem na versão com ukulele. O romantismo pairou no ar quando Eddie chamou o casal Maurício e Vanessa ao palco, e na frente de toda a audiência foi o pedido de casamento foi realizado embalado pelo som da suave "Just Breathe", uma das mais aguardadas da noite. Ele adaptou a letra para o casal, "He's a lucky man, to count with both hands the ones he loves". Eddie complementou esse momento afirmando que em uma era aonde grande partes das notícias abordam apenas tragédias e acontecimentos ruins, ver essa expressão de amor faz ele ter fé na humanidade. Ele citou o caso das 230 meninas nigerianas sequestradas pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram. 

Enquanto executava "Broken Heart", Eddie errou uma nota e aproveitou o momento para brincar "ás vezes quando a gente se envolve tanto na música, a gente comete umas merdas" e continuou a música perfeitamente e com muita competência. Não aconteceu nada que prejudicasse o andamento da performance. "Far Behind" "Love Boat Captain" e "Better Man" arrancaram coros uníssonos. Outro fã também teve a sorte grande de subir no palco para cantar uma música ao lado de Eddie. O nome dele é Sérgio Vedder e ele escolheu "Should I Stay or Should I Go", um clássico sucesso da banda inglesa The Clash. Sérgio ainda conseguiu pegar Eddie no colo. 

Ao lado de Glen Hansard foram tocadas as músicas "Long Nights", "Society" e "Sleepless Night" foi performada sem amplificadores ou microfones, proporcionou um dos momentos mais incríveis da noite. Para o encore, Eddie retornou ao palco em cima de skate. Bem apropriado para o som que viria a seguir, "Rockin' In a Free World", cover de Neil Young sempre presente nos shows do Pearl Jam também. "Hard Sun" daria os acordes finais ao show de forma épica, mas Eddie não queria sair do palco e esbanjando carisma voltou para tocar "Dream a Little Dream Of Me" que finalizou as quase 2hr30min de uma apresentação orgânica, transparente e muito visceral.