Helga: Intensidade, peso e vocal de presença
10:18Ferocidade e som impressionantes. Essa é a banda Helga. Foto: Carlos F. Castro. |
Por: Ingrid Natalie (@ingridnatalie)
Rock pesado, sem meias palavras e com uma assinatura singular. Isso que você encontra ao ouvir a banda Helga. Originada há menos de um ano, o quarteto carioca conta em sua formação com Pedro Nogueira (guitarra), Vital (voz), Raphael Miranda (bateria) e Melvin (baixo). Os experientes músicos já passaram por bandas como Jason, Brasov, Carbona, Luxúria e Rodox. Algo que chama muita atenção é a sonoridade do grupo transita entre grunge, stoner, hard, metal, dentre outros. Para os fãs de Soundgarden e Alice In Chains, é uma excelente pedida.
Extremamente comprometidos com sua arte, em pouco tempo a banda compôs o EP de estreia. O lançamento foi através do selo baiano Brechó Discos. Produzido por Alexandre Griva e masterizado por Chris Hanzsek em Seattle, o disco possui seis faixas que realmente vão prender seus ouvidos.
Se já não bastasse o currículo dos músicos e a qualidade musical, eles seguem propagando com efusiva vontade rock'n'roll de melhor qualidade pelos quatro cantos do Brasil. A banda se consagrou vencedora do concurso VOZPRATODOS e obteve a chance de performar na etapa paulista do festival Circuito Banco do Brasil dividindo o mesmo palco de MGMT, Paramore e Kings of Leon. Obviamente não foi uma vitória fácil. Os músicos passaram por um time de jurados e foram submetidos à votação popular junto com outros nove concorrentes.
Quer conhecer mais a trajetória da banda Helga? Confira nossa entrevista com os integrantes:
FRS: Conte sobre o início da banda. Como vocês se reuniram?
Pedro: Então, sabe aqueles amigos se encontrando pra tomar uma cerveja e levar um som? Foi exatamente assim, escolhemos uns covers, e com pouco tempo foram surgindo uns riffs de guitarra, quando vimos já tínhamos algumas musicas quase prontas. Dai foi virando uma bola de neve, uma coisa levou a outra.
FRS: Por que o nome 'Helga'?
Vital: Foi ideia do Melvin, vem de um documentário alemão de 1967 que aqui no Brasil se chamou "Helga: a vida íntima de uma jovem mulher". É um filme de educação sexual. E o nosso "H" é mudo!
FRS: Ouvindo as faixas "Eu Me Anulei" e "Minha Prisão" deu para sentir linhas de guitarra e vocal com toques de Soundgarden e Alice In Chains. Vocês se inspiram nas bandas dos anos 90? Quais as principais influências da banda?
Vital: Sim, rola muita influência dos anos 90... porque somos crias dos anos 90. Na real a gente vivenciou isso tudo, então essas bandas e as bandas mais antigas que influenciaram essas bandas (Black Sabbath, Motorhead) fazem parte da nossa formação.
Ouça a música "Eu Me Anulei":
FRS: Vocês recentemente lançaram o EP de estreia. Detalhe para nós sobre o processo de gravação.
Pedro: O processo de gravação foi bem simples, tínhamos as musicas muito ensaiadas, existem até mais algumas que não entraram no EP. Quando convidamos nosso amigo e produtor Alexandre Griva para o ensaio, ele falou "galera, tá pronto, não vamos mexer em nada, e vamos gravar ao vivo, pois pegamos a energia da banda tocando junto!" E foi assim que rolou, gravamos juntos ao vivo, depois eu dobrei as guitarras, Vital destruiu nas vozes, e tava pronto. Sem firulas.
FRS: Um dos momentos mais importantes para a banda em 2014 foi a performance no Circuito Banco do Brasil. Qual foi a reação do grupo ao serem selecionados para tocarem no festival?
Pedro: Foi incrível, nós somos uma banda novíssima, estamos engatinhando ainda, e sermos selecionado por votação popular não tem preço!! Ficamos muito felizes!!
FRS: Como foi o tratamento da produção do Circuito Banco do Brasil com a banda?
Helga durante o Circuito Banco do Brasil no dia 01/11/2014. Foto: Eduardo Magalhães |
Pedro: Só temos a agradecer todos da produção do Circuito Banco do Brasil, TODOS tiveram o maior carinho e atenção com a gente. Muito bom ter pessoas assim ao nosso lado.
Vital: Realmente não senti um tratamento inferior por sermos uma banda "vencedora de concurso", tivemos todo o suporte: van, camarim, passamos o som até! Foi uma experiência muito boa. E o show foi demais.
Melvin: O público foi ótimo também. Quase todo mundo já estava lá na hora do nosso show, e foram muito receptivos. Estamos recebendo mensagens até agora.
FRS: Na opinião de vocês, qual o principal papel das bandas independentes no rock nacional? Há mais apoio ao underground atualmente?
Vital: Não sei se a as bandas independentes tem um papel a cumprir... vejo artistas querendo produzir e mostrar seu trabalho, independente de ter alguém apoiando ou não. Acho que essa é o recado que a cena independente dá: vamos fazer, não vamos esperar ninguém fazer pela gente. Sobre o apoio... acho que se comparar com os anos 1990, menos, porque naquela época tinha centenas de fanzines, rádios e uma imprensa mais interessada no rock. Talvez esse interesse no rock esteja voltando, vide o próprio festival que participamos. Tomara.
FRS: Quando dezembro se aproxima sempre começamos a fazer resoluções para o ano seguinte. Quais os planos da Helga para 2015?
Vital: A banda não tem nem 2 anos de vida, então a lista de coisas pra fazer é enorme! Basicamente fazer bastante show pra divulgar nosso EP, continuar fazendo música nova, descolar mais parcerias (temos o apoio da Brechó discos da Bahia e também da marca de camisetas Reverb, entre outros amigos que ajudaram até aqui), enfim... quando se quer fazer um lance direito, sempre tem muita coisa pra fazer. É um trabalho diário.
FRS: Espaço livre para deixar mensagem aos fãs e futuros seguidores da Helga.
Vital: Baixem nosso EP em http://helgaoficial.bandcamp.com, curtam nossa pagem em www.facebook.com/helgaoficial e apareçam nos shows!
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