'Na na na na na na na...Na na na naaa... Hey, Paul'

10:15

Paul McCartney subiu ao palco do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, às 21h10 para seu primeiro show na capital federal. O show reuniu um público de cerca de 46 mil pessoas
Por: Fernanda Cristina

Já dizia o ditado popular: “Com grandes estádios, vêm grandes espetáculos”... Ok foi apenas uma paráfrase tosca (desculpa, Stan Lee), mas que faz muito sentido.

O estádio de Brasília, vulgo Mané Garrincha, primeiramente, foi construído com o objetivo de abrigar alguns jogos da Copa do Mundo, porém só os ingênuos ainda pensam assim. A verdade “verdadeiríssima” é que estádios do porte do Mané são feitos para que meros mortais, como você e eu, tenham o privilégio de vivenciar uma das maiores experiências enquanto humanos: Shows de Rock’n’Roll, é claro.  E a prova cabal de que não estou mentindo é que ontem, dia 23 de novembro de 2014, brasilienses de todos os tipos, cores, idades, crenças, enfim, tiveram a oportunidade de assistir a uma apresentação do lendário Sir. Paul McCartney. Sim, o mito esteve entre nós. Fãs de todas as partes do Brasil migraram para a capital com um único objetivo: Ver o ídolo de perto, ainda que precisassem dormir na fila e tomar chuva, como foi o caso de quem, desde a madrugada,estava nos portões do estádio. 

O show, previsto para começar às 20h00, se atrasou consideravelmente por causa da chuva. Enquanto isso, imagens de Paul, desde a infância até sua consagrada carreira como integrante dos Beatles, rolavam nos telões e os fãs ficavam cada vez mais apreensivos por um momento que parecia não chegar nunca. Depois de uma hora e alguns minutos de espera (e algumas vaias por parte do público por causa da demora), finalmente o homem subiu ao palco e foi recepcionado com gritos, aplausos, lágrimas e tudo mais a que um ícone tem direito. E para mostrar que veio com tudo, Macca começou o show tocando “Magical Mystery Tour” e a multidão foi à loucura. 

"Vamos fazer uma festa" (disse Paul McCartney para a alegria geral dos brasilienses) - Foto: Marcos Hermes

“Save Us” (de seu último álbum solo ,“New”), “All My Loving”, “Listen to what the man said”, “Let me roll it”, “Paperback writer” foram despejadas em seguida e o clima era de festa, de música, de diversão... A energia de McCartney era contagiante. Aliás, muitas pessoas, admiradas, se perguntavam: “Como é que pode um senhor de 72 anos ter tanta disposição assim? Caramba, como ele faz isso?”, são mistérios que só a paixão pela música consegue explicar.

Logo após a esta “humilde” abertura, Paul cumprimentou a galera dizendo: “É bom estar aqui, finalmente!!!” Pois é, os brasilienses que o digam. E era apenas o começo de uma noite que prometia ser memorável para muitos fãs.

Como é de praxe, Paul costuma dedicar algumas músicas para pessoas que foram especiais em sua vida e carreira, como foi o caso de “My Valentine” composta para a atual esposa Nancy Shevell e “Maybe I´m amazed” para a falecida ex-esposa Linda McCartney.

“Isso aqui tá bombando”, brincou a lenda um pouco antes de começar a tocar “We Can Work it Out”, arrancando risos da plateia (Ah, Paul... Ainda que você contasse a piada do “pavê/pacumê” seria engraçado).

Ainda no clima das homenagens, depois de “Blackbird” (momento em que Paul se elevou no palco para tocá-la), o ex-Beatle dedicou “Here Today” ao seu “amigo John”, nas palavras do próprio, e posteriormente “Something” para George (ambas igualmente cantadas pelo estádio inteiro).

"Blackbird/Here Today"  Homenagem a John Lennon - Foto: Correio Braziliense

Quase no “final” da apresentação, antes da banda fazer uma pausa e voltar para o primeiro bis, Paul senta-se ao piano e metralha três hits de uma só vez: “Let it be - Que dispensa comentários. Digamos que os 46 mil presentes fizeram um belo coro com seus celulares ligados e isqueiros acesos. Coisa linda de se ver; “Live and let die” – Com direito a canhões de fogo de encher os olhos de qualquer um e impressionar quem estava lá, e “Hey Jude” – Que, além de ser recebida com a mesma emoção de “Let it Be”, contou com o tradicional coro do “Na na na na na” em que parte do público segurava folhas de papel com esta sílaba. Até São Pedro devia estar visivelmente emocionado, pois a chuva engrossou nessa hora. Mas nem o tempo ruim foi capaz de diminuir a magia daquele momento. Quem viu, quase morreu e quem morreu, deve ter ressuscitado.

Fãs seguram placas com a sílaba "Na" em "Hey Jude" -  Foto: Paul in Brazil (página do Facebook)
Carismático, Paul não poupou esforços para se comunicar com o público. Ora falava português, ora inglês, mas sempre mantinha o bom humor e demonstrava que realmente estava feliz em tocar no Brasil. Quando voltou para o bis, chegou balançando a bandeira nacional e é claro que os fãs ficaram enlouquecidos.

“Vocês querem mais?“, perguntou o mito, “SIIIIIIIIMMMMMMMM”, respondeu o público prontamente. E tome uma sequência rock’n’roll de “Day tripper”, “Get back”, “I saw her standing there” para ninguém ficar parado.

No Segundo bis,  “Yesterday”,”Helter Skelter” e a sequência “Golden Slumbers/Carry that weight/The end” fecharam com chave de ouro uma das maiores apresentações que Brasília já viu. O sonho, ao invés de ter acabado (como já dizia John Lennon), havia se realizado para muita gente. Mas nada de ficar triste porque acabou, pois Paul deixou subentendido que iria voltar. Opa, a capital lhe espera ansiosamente desde já, Macca.



Fim do show: Chuva de papel picado, fogos de artifício e fãs realizados.
Foto: Paul in Brazil (página do Facebook)

E, para concluir, deixo-lhes uma reflexão: Existem 3 certezas na vida – A morte, show do Roberto Carlos todo fim de ano e que o próximo que o Paul McCartney fizer, será tão bom ou melhor que o anterior.

SETLIST:

Magical Mystery Tour
Save Us
All My Loving
Listen to What the Man Said
Let me Roll It
Paperback Writer
My Valentine
1985
Long and Winding Road
Maybe I'm Amazed
I've Just Seen a Face
We Can Work it Out
Another Day
And I Love Her
Blackbird
Here Today
New
Queenie Eye
Lady Madonna
All Together Now
Lovely Rita
Everybody Out There
Eleanor Rigby
Mr. Kite
Something
Obla di Obla da
Band On the Run
Back in the USSR
Let It Be
Live and Let Die
Hey Jude

Primeiro Bis
Day Tripper
Get Back
I Saw Her Standing There

Segundo Bis


Yesterday
Helter Skelter
Golden Slumbers/Carry That Weight/The End





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