Versalle: resultado de talento e empenho que ganhou o Brasil
13:46Versalle abriu portas para bandas de rock de Porto Velho através de um som sincero e visceral. Foto: divulgação |
Texto: Ingrid Natalie (twitter: @ingridnatalie)
No Brasil, quando pensamos em rock independente logo vêm na cabeça o eixo São Paulo/Rio de Janeiro. Porém, essa tendência já está caindo por água abaixo. As regiões norte e nordeste têm se mostrado um grande celeiro de excelentes bandas. Versalle é um exemplo claro disso. O grupo iniciou atividades em 2009 na cidade de Porto Velho (RO) quando os integrantes originais resolveram quebrar barreiras e fazer um som alternativo. A formação atual conta com os músicos Criston Lucas (vocal/guitarra), Rômulo Pacífico (guitarra), Miguel Pacheco (contrabaixo) e Igor Jordir (bateria). Eles definitivamente cumprem essa proposta com louvor. O quarteto já participou por três vezes do Festival Casarão, o maior evento de rock do estado de Rondônia, e gravaram dois EPs "Versalle" (2010) e "Avante" (2015).
O grande acontecimento deu-se em 2015 quando a banda foi convidada a participar do Superstar, reality show de bandas na Rede Globo, onde terminou em 3º lugar. Desde então o quarteto vêm ganhando mais conquistas. Além disso, em dezembro do mesmo ano eles lançaram o álbum "Distante Em Algum Lugar" pelo selo SLAP da Som Livre. Mais recentemente, Versalle se apresentou no festival Lollapalooza Brasil 2016.
Conversamos com o guitarrista Rômulo Pacífico que gentilmente atendeu a nossa equipe e nos contou mais sobre esse momento espetacular da banda. Leia:
FRS: Como o público de Porto Velho acolheu o trabalho da banda no início?
Rômulo: O cenário de rock em Porto Velho (RO), assim como em outras regiões menos populosas do Brasil, é bem limitado. Tem poucas casas que abrem espaço para as bandas se apresentarem. O público é bem reduzido. Mas, apesar de ser uma cena pequena, a galera é bem engajada. Quem gosta veste a camisa. É muito comum os fãs se confundirem com os produtores do evento. Mesmo com pouco espaço as pessoas se reúnem, realizam festivais. Esse quadro faz com que todas as bandas sejam amadoras no começo. É inviável tirar sustento da carreira de uma banda autoral estando em Porto Velho. A gente sempre levou o trabalho mais como um hobby. Não sendo displicente. Sempre tivemos cuidado em gravar e ter material novo para continuar tocando. Nós conseguimos nos profissionalizar de verdade quando tivemos a exposição no programa. Como reflexo do que aconteceu conosco, as outras bandas se animaram Isso nos deixa muito felizes. Sempre terão pessoas apaixonadas por músicas e dispostas a fazer um trabalho.
FRS: Miguel Pacheco foi o último membro a ingressar na banda. Como ocorreu a entrada nele e como ele contribuiu para o som atual de vocês?
Rômulo: Desde 2009 sempre estivemos juntos como banda. Porém, houve alguns momentos nos quais a banda deu uma parada. No começo de 2014 o vocalista foi passar uma temporada em Santa Catarina. Nós demos uma pausa de 3 meses no trabalho da banda. Quando ele retornou, nós voltamos a ensaiar. Contudo, aconteceram algumas divergências musicais com o antigo baixista, que continua sendo um grande amigo nosso. Nós continuamos compondo com ele. Só que devido a essas diferenças de ideias ele acabou se afastando da banda. O Miguel já era baixista de uma banda que estava despontando no cenário e nós já tínhamos reparado que ele era o destaque da banda. Por um amigo em comum descobrimos que ele era fã da Versalle e quando o convidamos ele até ficou emocionado e quis entrar logo de cara. e aí deu um gás novo para a gente. Nós brincamos que ele é o pé quente da banda. Depois que ele entrou que as coisas começaram a virar.
FRS: Como funciona processo de composição para a Versalle?
Rômulo: A letra e a base harmônica geralmente partem de uma pessoa. Quem tem composto grande parte do nosso material hoje em dia é o Criston Lucas (vocalista). Mas, no novo álbum "Distante Em Algum Lugar" possui três músicas que eu compus. Na verdade, apesar de partir mais de mim e do Lucas, o Miguel está começando a compôr. Acho que no segundo disco vão entrar músicas dele. No geral é bem colaborativo o processo todo. Cada integrante compõem a linha do seu instrumento. Nós chegamos com uma ideia de música, mas o Igor faz uma batera que tem mais o jeito do que ele ouviu, o baixo a mesma coisa...enfim...costumamos falar que todos compõem juntos.
FRS: Qual faixa do álbum mais representa a sonoridade da Versalle?
Rômulo: É difícil escolher uma faixa só porque todas as músicas nós curtimos bastante. Não sei se seria certo dizer, mas acho o disco meio "progressivo" porque ele tem momentos. No decorrer das 12 músicas mais pulsantes e outras com uma pegada mais pop. Na segunda metade disco vão entrando músicas mais lentas, com uma temática mais pesada, com um instrumental mais rebuscado. Mas, se fosse falar de uma faixa para descrever a vibe do disco eu diria a primeira, que se chama "Marte". Começo da letra dela é o título do álbum. Escutando "Marte" dá para ter uma ideia geral de como é som. Mas, nós pensamos no disco como uma obra unificada. Você deve escutar as 12 músicas para ter uma noção total do que é o som da banda. Nós estamos bastante satisfeitos com o resultado de todas elas.
FRS: Como o Superstar auxiliou no amadurecimento da banda?
Rômulo: O programa nos possibilitou de sair da condição de uma banda local, totalmente independente, para uma banda que projeta o cenário nacional, ou seja, em uma possibilidade que a gente nunca pensou que aconteceria. Nós ficamos muito surpresos com a nossa participação no desenrolar do programa. A gente queria mostrar uma música só. Isso já seria um grande passo para nós. A forma como as coisas foram se desenrolando, foi até uma surpresa para nós. O programa foi muito importante no amadurecimento da banda. Além de ter aberto os nossos olhos para outros tipos de postura que uma banda deve tomar para conseguir se profissionalizar, ajudou a gente a formar uma base de público, proporcionou o contrato com a SLAP. Apesar da evolução das mídias digitais, a figura da gravadora continua sendo importante, no Brasil pelo menos. Todos tem acesso ao disco físico. Nós conseguimos fazer todo dever de casa até o momento. Fizemos um disco bacana, tem um clipe recentemente lançado. O clipe foi feito em parceria com o pessoal da Granada Filmes, que já trabalhou com bandas como Far From Alaska. Esse ano nós vamos investir na divulgação de turnê do disco.
FRS: Qual foi a reação de vocês ao serem convidados para o Lollapalooza Brasil 2016 e como o público paulista recebeu a apresentação?
Rômulo: Só pelo fato de termos sido convidados para participar do Lollapalooza foi um motivo de uma alegria gigantesca. É um dos maiores festivais que acontece no país. É um festival internacional e se resulta em uma vitrine muito boa. Lollapalooza tem uma importância porque viemos assistir algumas edições anteriores. O convite nos fez perceber que estamos no caminho certo. Nossa apresentação foi bacana. Teve uma estrutura excelente. Todos os horários bem pontuais. Nós fomos lá e mandamos nosso recado. A gente ficou bastante feliz com os feedbacks recebidos. Agora nós estamos morando em São Paulo e temos show dia 08/04 em Campinas.
FRS: O disco de estreia foi lançado recentemente, mas vocês já tem planos para um segundo registro de estúdio?
Rômulo: Nós já estamos mirando no segundo disco. Nós temos mais de 20 músicas prontas para a partir do segundo semestre a gente começar a parte de pré-produção. Se Deus quiser já vai sair um novo material no primeiro semestre de 2017.
FRS: Para finalizar, o que a Versalle significa para você?
Versalle arrepiando na apresentação no Lollapalooza Brasil 2016 - Foto: divulgação |
FRS: Como o público de Porto Velho acolheu o trabalho da banda no início?
Rômulo: O cenário de rock em Porto Velho (RO), assim como em outras regiões menos populosas do Brasil, é bem limitado. Tem poucas casas que abrem espaço para as bandas se apresentarem. O público é bem reduzido. Mas, apesar de ser uma cena pequena, a galera é bem engajada. Quem gosta veste a camisa. É muito comum os fãs se confundirem com os produtores do evento. Mesmo com pouco espaço as pessoas se reúnem, realizam festivais. Esse quadro faz com que todas as bandas sejam amadoras no começo. É inviável tirar sustento da carreira de uma banda autoral estando em Porto Velho. A gente sempre levou o trabalho mais como um hobby. Não sendo displicente. Sempre tivemos cuidado em gravar e ter material novo para continuar tocando. Nós conseguimos nos profissionalizar de verdade quando tivemos a exposição no programa. Como reflexo do que aconteceu conosco, as outras bandas se animaram Isso nos deixa muito felizes. Sempre terão pessoas apaixonadas por músicas e dispostas a fazer um trabalho.
FRS: Miguel Pacheco foi o último membro a ingressar na banda. Como ocorreu a entrada nele e como ele contribuiu para o som atual de vocês?
Rômulo: Desde 2009 sempre estivemos juntos como banda. Porém, houve alguns momentos nos quais a banda deu uma parada. No começo de 2014 o vocalista foi passar uma temporada em Santa Catarina. Nós demos uma pausa de 3 meses no trabalho da banda. Quando ele retornou, nós voltamos a ensaiar. Contudo, aconteceram algumas divergências musicais com o antigo baixista, que continua sendo um grande amigo nosso. Nós continuamos compondo com ele. Só que devido a essas diferenças de ideias ele acabou se afastando da banda. O Miguel já era baixista de uma banda que estava despontando no cenário e nós já tínhamos reparado que ele era o destaque da banda. Por um amigo em comum descobrimos que ele era fã da Versalle e quando o convidamos ele até ficou emocionado e quis entrar logo de cara. e aí deu um gás novo para a gente. Nós brincamos que ele é o pé quente da banda. Depois que ele entrou que as coisas começaram a virar.
FRS: Como funciona processo de composição para a Versalle?
Rômulo: A letra e a base harmônica geralmente partem de uma pessoa. Quem tem composto grande parte do nosso material hoje em dia é o Criston Lucas (vocalista). Mas, no novo álbum "Distante Em Algum Lugar" possui três músicas que eu compus. Na verdade, apesar de partir mais de mim e do Lucas, o Miguel está começando a compôr. Acho que no segundo disco vão entrar músicas dele. No geral é bem colaborativo o processo todo. Cada integrante compõem a linha do seu instrumento. Nós chegamos com uma ideia de música, mas o Igor faz uma batera que tem mais o jeito do que ele ouviu, o baixo a mesma coisa...enfim...costumamos falar que todos compõem juntos.
FRS: Qual faixa do álbum mais representa a sonoridade da Versalle?
Rômulo: É difícil escolher uma faixa só porque todas as músicas nós curtimos bastante. Não sei se seria certo dizer, mas acho o disco meio "progressivo" porque ele tem momentos. No decorrer das 12 músicas mais pulsantes e outras com uma pegada mais pop. Na segunda metade disco vão entrando músicas mais lentas, com uma temática mais pesada, com um instrumental mais rebuscado. Mas, se fosse falar de uma faixa para descrever a vibe do disco eu diria a primeira, que se chama "Marte". Começo da letra dela é o título do álbum. Escutando "Marte" dá para ter uma ideia geral de como é som. Mas, nós pensamos no disco como uma obra unificada. Você deve escutar as 12 músicas para ter uma noção total do que é o som da banda. Nós estamos bastante satisfeitos com o resultado de todas elas.
FRS: Como o Superstar auxiliou no amadurecimento da banda?
Rômulo: O programa nos possibilitou de sair da condição de uma banda local, totalmente independente, para uma banda que projeta o cenário nacional, ou seja, em uma possibilidade que a gente nunca pensou que aconteceria. Nós ficamos muito surpresos com a nossa participação no desenrolar do programa. A gente queria mostrar uma música só. Isso já seria um grande passo para nós. A forma como as coisas foram se desenrolando, foi até uma surpresa para nós. O programa foi muito importante no amadurecimento da banda. Além de ter aberto os nossos olhos para outros tipos de postura que uma banda deve tomar para conseguir se profissionalizar, ajudou a gente a formar uma base de público, proporcionou o contrato com a SLAP. Apesar da evolução das mídias digitais, a figura da gravadora continua sendo importante, no Brasil pelo menos. Todos tem acesso ao disco físico. Nós conseguimos fazer todo dever de casa até o momento. Fizemos um disco bacana, tem um clipe recentemente lançado. O clipe foi feito em parceria com o pessoal da Granada Filmes, que já trabalhou com bandas como Far From Alaska. Esse ano nós vamos investir na divulgação de turnê do disco.
Assista ao clipe da música "Mente Cheia":
FRS: Qual foi a reação de vocês ao serem convidados para o Lollapalooza Brasil 2016 e como o público paulista recebeu a apresentação?
Rômulo: Só pelo fato de termos sido convidados para participar do Lollapalooza foi um motivo de uma alegria gigantesca. É um dos maiores festivais que acontece no país. É um festival internacional e se resulta em uma vitrine muito boa. Lollapalooza tem uma importância porque viemos assistir algumas edições anteriores. O convite nos fez perceber que estamos no caminho certo. Nossa apresentação foi bacana. Teve uma estrutura excelente. Todos os horários bem pontuais. Nós fomos lá e mandamos nosso recado. A gente ficou bastante feliz com os feedbacks recebidos. Agora nós estamos morando em São Paulo e temos show dia 08/04 em Campinas.
FRS: O disco de estreia foi lançado recentemente, mas vocês já tem planos para um segundo registro de estúdio?
Rômulo: Nós já estamos mirando no segundo disco. Nós temos mais de 20 músicas prontas para a partir do segundo semestre a gente começar a parte de pré-produção. Se Deus quiser já vai sair um novo material no primeiro semestre de 2017.
FRS: Para finalizar, o que a Versalle significa para você?
Rômulo: Versalle é o nosso projeto de vida, o nosso legado. A gente leva com bastante seriedade não apenas a carreira da banda, mas também com o que produzimos. Queremos poder olhar pra trás daqui a 20 anos e sentir orgulho do que fizemos.
Ouça o álbum na íntegra:
Mais informações:
O show em Campinas (8/4) terá Meet And Greet para os 50 primeiros fãs que comprarem os ingressos. Além disso, os 10 primeiros serão presenteados com CDs autografados.
Adquira a entrada através do link: http://www.multiingressos.com.br/detalhes-evento.php?evento=17
Adquira a entrada através do link: http://www.multiingressos.com.br/detalhes-evento.php?evento=17
Site oficial: http://www.bandaversalle.com
Facebook: https://www.facebook.com/Bandaversalle/
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